terça-feira, 26 de agosto de 2008

e
de repente
a mala estava pronta…

à porta
de orelhas tristes
o meu cão farejou o destino repetido
no silêncio das palavras mal contidas

a cama por fazer
os restos do café tomado à pressa
costas voltadas à ternura apagada no cinzeiro…

o mesmo vento frio na janela…

de novo
aquele olhar ausente
o hálito da solidão
nos lábios fechados ao beijo do adeus
e o acabar conjugado em tempo de denúncia
na lassidão dos gestos cansados

sobre a mesa
um molho de chaves arrefece….

porque há-de ser sempre tudo tão igual?

é a hora de partir
cão…
vamos embora…

(alone again, naturally)

3 comentários:

Sandra Falcone disse...

As orelhas tristes
Do teu cão à porta
Não farejam
O teu destino que se repete
Na solidão que anuncias


Estão tristes sim
Porque não percebes
Que essa mala
Está sempre pronta a fazer

porque há-de ser sempre tudo tão igual?

Quem fez a pergunta?
Foi o teu cão?

Sandra Falcone disse...

As orelhas tristes
Do teu cão à porta
Não farejam
O teu destino que se repete
Na solidão que anuncias


Estão tristes sim
Porque não percebes
Que essa mala
Está sempre pronta a fazer

porque há-de ser sempre tudo tão igual?

Quem fez a pergunta?
Foi o teu cão?

Eliane disse...

Lindo isso...

Eliane