segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Nossa senhora da avenida
De saia curta
Perna comprida
Riso colado na boca antiga
Sonho escondido
Corpo dorido
Nossa senhora
Navalha aberta
O medo espreita
A fome aperta
Nossa senhora do amor mal feito
Corpo alugado
Preço a preceito
Lençol cansado
Quarto sem jeito
Nossa senhora da avenida
De saia cruta
Perna comprida
A noite é longa
O riso é breve
E a dor não dói
Magoa
Leve
Nossa senhora da saia curta
Perna comprida
Riso escondido
Farrapo sujo de primavera
Corpo caído
Corpo desfeito
Nossa senhora dos sem ternura
Nossa senhora dos amor mal feito...
...ninguém te espera...

(Avé-Maria da puta)

1 comentário:

Francisco Restivo disse...

Descobri-te de novo. Ainda bem.
Um abraço.